Manuel Alegre deu uma interessante entrevista ao Expresso, publicada no último sábado. E o antigo deputado tem razão, quanto à veia governamental do actual Chefe de Estado.
Como antigos Presidentes da República fizeram escola, Mário Soares e Jorge Sampaio são disso bom exemplo, quando Belém tinha algo a dizer, não precisava de um porta-voz. O Chefe de Estado dizia directamente ao Governo ou ao País a sua leitura.
Menos de 48 horas depois, as palavras de Alegre, acerca do estilo do mandato presidencial de Cavaco Silva, verificam-se. A recepção de João Salgueiro no Palácio de Belém, e a sua posterior conferência de imprensa, em que condena o Governo, são tudo menos inocentes.
Em primeiro lugar, o Governo português não faz um discurso cor-de-rosa sobre o estado do País e do mundo, ainda que Salgueiro o considere como tal. Trata-se de crítica gratuita e sem sentido.
Segundo, será que todas as personalidades que o Presidente da República recebe em Belém, após o encontro de trabalho a sós, saem e declaram a sua leitura? Que uma pessoa importante e influente, como João Salgueiro, a torne pública, é normal, que ocorra em Belém, precisamente na residência oficial do Presidente da República, e logo após a saída de uma audiência, é que não.
Carlos Manuel Castro
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário