quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações

O aumento da população idosa em Portugal e em particular no nosso Concelho levanta algumas questões relativamente à sua qualidade de vida, à prestação de cuidados primários, à exclusão social de que são vítimas e à solidão que enfrentam nesta última fase da vida.
O envelhecimento e os aspetos que lhe estão subjacentes colocam, quanto a nós, novos desafios e também oportunidades a uma sociedade que se quer inclusiva e que, cada vez mais, é constituída por pessoas mais velhas e exige uma reflexão por parte dos decisores políticos e também uma análise multidimensional.
O conceito de envelhecimento ativo criado em 1997 pela Organização Mundial de Saúde tem na sua génese a criação de condições que permitam ao idoso a continuação da sua integração na Sociedade e a motivação laboral e social.

Desde 1982, data da 1.ª Assembleia Mundial, realizada em Viana, que foi proposta aos países nela participantes a adoção de um plano internacional para o envelhecimento e de uma estratégia a longo prazo.
É verdade que, mercê do desenvolvimento, principalmente na área da saúde, vive-se mais mas é legítimo perguntar: Vive-se durante mais tempo com mais qualidade de vida?

Virgínia Wolf dizia: “Há uma idade na vida em que os anos passam demasiado depressa e os dias são uma eternidade”.

Efetivamente na Europa e em Portugal particularmente tem vindo a registar-se um envelhecimento demográfico cada vez maior.
Segundo os dados, ainda provisórios, dos últimos Censos, em Portugal 19% da população tem mais de 65 anos. Em contrapartida a população até aos 14 anos constitui apenas 15%.
A população idosa quase que duplicou. Ganhou 900 mil idosos e perdeu, nos últimos 30 anos, 1 milhão de crianças. Existe portanto um duplo envelhecimento.
Esta realidade constata-se mais no interior, na região Centro e Sul mas com maior acuidade em Lisboa e Porto.
Existe por isso a necessidade de adaptar a idade da reforma a estilos de vida saudável, maximizar as capacidades dos idosos, aproveitar as suas potencialidades e o seu contributo para uma sociedade melhor, acabar com preconceitos e atitudes discriminatórias.
Com o envelhecimento no organismo humano verificam-se alterações a vários níveis, cognitivos e biológicos, como a perda de memória e a maior dificuldade de raciocínio.
Existem porém condicionantes externas que agravam esta degradação e podem desencadear perturbações mentais ou comportamentais.
É verdade que demasiadas vezes as pessoas idosas estão sujeitas a discriminação social, mesmo a exclusão social, são o grupo mais vulnerável à pobreza e a determinadas doenças físicas, e também são vítimas de abandono.
Cada vez com maior frequência a comunicação social relata casos de idosos que morrem sozinhos em casa e aí permanecem sem que alguém disso se aperceba.
Em Portugal, 21,4% das pessoas vivem sozinhas.
Este é um dos grandes desafios do século XXI.

Portugal: Um País Estoico e Com Futuro!

Portugal está a atravessar a maior crise económica e financeira de há muitas décadas. Esta grave crise está a afetar pessoas e empresas, transformando a realidade portuguesa através de vários fenómenos extremos, como sejam, a insolvência, o desemprego, a pobreza e mesmo a mendicidade.

Esta crise económica está a provocar o despovoamento do tecido económico nacional, levando milhares de empresas a decretar falência e outras a transferir os seus capitais para países estrangeiros.

Todavia, a insolvência não afeta apenas as empresas – como prova o caso recentemente conhecido do Vereador da Câmara Municipal do Porto e Presidente das Águas do Porto.

Em 2011, segundo dados publicados, foram registados 10.800 novos processos de insolvência, o que traduz um crescimento de 65% em relação a 2010 e superando, pela primeira vez desde o início da crise, a barreira dos 3.000 processos trimestrais. Deste valor global, 4.731 processos são relativos a empresas, o que corresponde a uma subida homóloga de 14 %. Podemos, portanto, retirar que cerca de 60% do número global de insolvências envolvem pessoas singulares.

Existem outros indicadores muito preocupantes que refletem a dura realidade portuguesa. Segundo uma nota publicada ontem pelo INE, o Índice de Volume de Negócios da Indústria registou, em Dezembro último, uma variação homóloga nominal de menos 5,5%, determinada pelas vendas para o mercado interno que diminuíram 10,6%. Também em termos homólogos, o emprego, as remunerações e as horas trabalhadas, ajustadas de efeitos de calendário, diminuíram 2,3%, 4,5% e 3,3%, respetivamente.

Por seu turno, as vendas no comércio a retalho diminuíram 9,7% no quarto trimestre de 2011 em termos homólogos. Para o conjunto do ano 2011, o índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho diminuiu 6,8%, revela ainda o INE:
Todos os indicadores disponíveis revelam que os portugueses estão a sofrer com este cenário de crise, sendo um dos mais preocupantes o Desemprego. Segundo o ultimo boletim trimestral do INE, a taxa de desemprego bateu recorde cifrando-se em 13,6%, subindo 4 décimas em relação ao mês anterior, verificando-se um acréscimo de 2,2% face ao trimestre anterior. A população portuguesa desempregada foi estimada, em Dezembro de 2011, em 689 mil e 600 indivíduos.

Enquanto que Portugal mantem a tendência de agravamento crescente do desemprego, assistimos no mesmo período, à estagnação da taxa de desemprego na “zona euro”, o que revela que o atual governo português não tem capacidade para acompanhar os ritmos da Europa, nomeadamente, devido à ausência de uma política económica e à falta de medidas para dinamizar a economia e incentivar a empregabilidade. O PS insiste em dizer que não se deve fazer cortes brutais na despesa e, simultaneamente, não implementar políticas de crescimento económico. A solução para o país não passa por aconselhamentos e incentivos à emigração, nem pela venda de pastéis de nata ou de frangos de churrasco, pois, estas afirmações do governo são cenas de comediantes face às verdadeiras necessidades da economia do país.

E os reflexos da crise não abrangem apenas a população em idade e condição ativas, pois, os idosos sofrem igualmente com este clima generalizado de crise, porventura, ainda com maiores dificuldades para a vencer, quer pela sua condição, quer pelo ambiente social em que vivem, sendo que, muitos deles são confrontados com uma problemática adicional que agrava ainda mais as dificuldades conjunturais: o isolamento. Cerca 60% da população idosa vive só (são 400.964 idosos), enquanto que outros idosos vivem em companhia exclusiva de pessoas também idosas (tratam-se de 804.577). Estes números traduzem um fenómeno cuja dimensão aumentou 28%, ao longo da última década.

Este cenário resulta do agravamento das condições de vida e origina uma nova problemática: o elevado número de idosos que morrem completamente sozinhos nas suas casas e aí permanecem incógnitos durante períodos escandalosos de tempo. Segundo dados da PSP, em 2011, foram registados 2.872 casos de idosos que morreram nestas condições de abandono.

Perante esta duríssima realidade do país e face aos verdadeiros dramas humanos que afetam milhares e milhares de portugueses, o Sr. Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, deslocou-se anteontem (2ª feira) a Odivelas, no âmbito do 40º aniversário do Grupo Pedago – a quem reiteramos as nossas congratulações - pedir aos portugueses “para serem menos…”piegas”!

O país ficou indignado perante esta afirmação, visto que constitui uma verdadeira ofensa aos milhões de portugueses que sofrem verdadeiramente com as tremendas dificuldades quotidianas e que apelam a todos os seus esforços para combater as enormes adversidades com que são confrontados, sem que, em demasiados casos, não consigam atenuar imediatamente as feridas profundas resultantes da atual crise. Em muitos casos, estas feridas irão originar cicatrizes, porventura, indisfarçáveis que ficarão como marcas para o seu futuro.

O PS partilha deste agasto e considera, portanto, que o Sr. Primeiro-Ministro (PM) deve um pedido de desculpas ao país e ao povo português, que regista com extrema indignação esta afirmação.

Por outro lado, esta declaração do PM é extremamente preocupante para o Partido Socialista e deve inquietar os portugueses, por revelar que o PM, Passos Coelho, perdeu consciência da realidade do país e considera que os portugueses estão a exagerar no sofrimento real que sentem nas suas vidas. Esta perspetiva distorcida da realidade revela, ainda, que o PM, não só demonstra que ignora todos os indicadores estatísticos que retratam a crise profunda que todos os setores do país atravessam, como perdeu completamente a noção da dimensão dos esforços que está a exigir aos portugueses. No entender de Passos Coelho ainda existe margem para impor o agravamento de medidas adicionais. Pois, não há!!

O Partido Socialista quer dizer ao país que está consciente da nossa realidade e das dificuldades que Portugal atravessa neste momento. Queremos manifestar a nossa solidariedade para com aqueles que estão a sofrer particularmente esta crise de forma intensa e dura. Mas o PS quer, sobretudo, transmitir que conhece e confia nas capacidades de resistência do povo português, tantas vezes consagradas e reconhecidas ao longo da nossa História, e de que, juntos, conseguiremos enfrentar e vencer as tremendas dificuldades que afetam a vida de milhares de empresas e de milhões de pessoas que vivem e trabalham em Portugal.

O PS tem afirmado, principalmente através da voz do seu Secretário-Geral, António José Seguro, que existe outro caminho para vencer a crise. Conhecemos e acreditamos nesse caminho. É o caminho do futuro e da esperança por onde iremos em breve guiar todos os portugueses. Estamos certos de que esse nosso novo rumo será a solução que levará o (sempre) estoico povo português a vencer a crise e a garantir a prosperidade no futuro próximo de Portugal. Contem connosco!
 
Site Meter