quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os caminhos da Liberdade

O que é o Direito à Liberdade?

É um direito político essencial inscrito na DUDH, é a capacidade de dispor de si mesmo, em consciência e desdobra-se em múltiplas liberdades concretas: a liberdade de pensamento, a liberdade de informar e ser informado, a liberdade de votar e ser eleito, etc.

Para mim é também o direito a não reagir quando somos ofendidos. É também o direito a ignorar os que nos provocam ostensivamente em busca de uma resposta nossa que lhes dará a importância e visibilidade que já não têm, ou que perderam… e é também o poder de recusar a mediocridade. É por fim o direito a passar fome com as costas direitas, mas de nunca “comer de gatas”.

Ser dotado de razão significa que se vive com ela e através dela. A razão não é uma coisa que os Homens tenham, como têm umas calças, um livro ou uma casa, mas sim a maneira como eles existem. Tal como diz Joaquim Coelho Rosa “a verdadeira existência dos homens consiste em procurar viver sempre mais e melhor e segundo a razão, isto é, em serem cada vez mais eles mesmos a decidir que querem viver e a deliberar acerca do modo como vivem e querem viver”.

Por isso se diz que têm liberdade. Com somos todos diferentes, não há uma receita de liberdade que sirva para todos igualmente.

Recuso aqueles que fazem estatísticas e sondagens com a nossa liberdade e como a devemos exercer. Esses sim, disfarçam os seus pretensos artigos de liberdades ameaçadas com tiques de arrogância intelectual e de pressão salpicada da sua pequena prepotência.

Ignoram que é impossível dizer como é que a liberdade tem obrigatoriamente que se exercer: é caso a caso, consoante a pessoa que somos e as circunstâncias que se nos deparam, que temos que decidir e escolher.

Toda a minha vida e percurso profissional foi em função de defesa dessas liberdades… onde estavam os articulistas da nossa praça e os OCS’s quando sozinha, aos 23 anos de idade, enfrentava no Aeroporto de Lisboa e nos Portos deste Pais, todos os obstáculos para defender os refugiados perseguidos pelos ditadores dos seus Países? Onde estavam esses arautos da liberdade quando fazíamos os pedidos de asilo noite fora num escritório algures do ACNUR? Poucos jornalistas me acompanharam então… Era matéria “pouco mediática”, diziam. A defesa da liberdade de alguém, a preservação da sua vida, o não retorno ao país de origem, não despertava interesse! Onde estava então a preocupação com a liberdade desses cidadãos????

Onde estavam quando preparávamos na Assembleia da República projectos de lei reforçando os poderes do provedor de justiça, ou a nova lei do asilo ou a lei contra a discriminação de pessoas com deficiência?

Nós socialistas, estivemos sempre do mesmo lado, eu estive sempre do mesmo lado e a minha vida é o testemunho (humilde) vivo desse ideário em prol daqueles que “não têm voz”. É por isso que as recentes noticias de liberdades ameaçadas são uma ofensa àqueles que perderam a vida pela nossa liberdade, uma ofensa a todos os socialistas e uma contradição nos seus termos.

Portugal há 35 anos que é uma Democracia, onde cada um escolhe os seus caminhos de liberdade, e há 4 meses atrás os Portugueses escolheram José Sócrates e o PS para dirigirem o País. Em Odivelas também o PS, foi o Partido vencedor, apesar de alguns não o conseguirem assimilar e tentarem todos os dias encontrar um motivo, uma falha, uma falsa questão, para justificarem a sua existência. Só que todos os dias, a todas as horas e a todos os segundos, há uma grande equipa que trabalha, que produz resultados, que inaugura obra pública, que abraça associações e novos projectos e que não precisa da maledicência para provar a sua existência, enfim essa equipa colectiva tem a força da razão e das ideias sempre do seu lado e está sobretudo do lado certo: o da população!

Voltando ao momento actual, acredito que José Sócrates, com todas as suas imperfeições, nunca deixou para trás, em momento algum, o nosso património de liberdades, e por isso é que Mário Soares, Almeida Santos, Jaime Gama e tantos outros estão unidos em torno dele, porque esses grandes políticos ajudaram a abrir os olhos a um povo inteiro para os valores da Liberdade, da Democracia e dos Direitos do Homem…e pretendemos que esse olhar para os valores continue sempre bem desperto nas consciências de todos…contra todas as campanhas negras.. contra todas as falsas montagens e sobretudo contra uma certa comunicação social que coloca o lucro das vendas e dos shares acima da verdade.. e aí, tal como Torga disse, “ temos nas nossas mãos o terrível poder de recusar”.

Susana Amador

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