terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Estranho País este…


Vivemos tempos deveras estranhos!

Esta semana faz manchetes nos jornais e é tema de destaque nos telejornais nacionais, uma conversa privada que alegadamente terá ocorrido a uma mesa de almoço entre o Cidadão José Sócrates e os Cidadãos Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e um outro elemento não identificado, conversa essa que, ao bom estilo português, terá sido escutada por alguém que correu de imediato para contar tudo o que “ouviu” ao “visado” pela mesma – Mário Crespo.

Ora se é natural que Mário Crespo tenha ficado ofendido (quem não fica quando nos contam que alguém disse mal de nós?), não me parece aceitável que queira tirar “desforra” dessa alegada ofensa usando o seu espaço de imprensa, ao qual tem acesso enquanto jornalista, para o fazer.

Estranho País este em que a “coscuvilhice”, a intriga do “diz que disse”, o “ouvir atrás da porta” (ou neste caso quiçá debaixo da mesa) e a desforra mesquinha já fazem parte dos conteúdos editoriais da Comunicação Social Nacional.

Será que um dia cada um de nós poderá “denunciar” nos jornais todas as conversa de café em que o nosso nome é visado, ou será este um “direito” que apenas assiste aos jornalistas?

Marinho Pinho durante a abertura do ano judicial afirmou que “a liberdade de imprensa transformou-se em pura libertinagem de imprensa”. Não partilho de uma opinião tão extrema, mas entendo que urge uma reflexão ampla na sociedade portuguesa sobre o caminho que estamos a trilhar enquanto Democracia.

Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é igualmente infinita em todos” Jean-Paul Sartre


Susana Guerreiro

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