sexta-feira, 25 de junho de 2010

Política, crise e vuvuzelas


Tenho ouvido, nos últimos dias, muitas vezes repetida a frase de que o PS é o Partido dos momentos difíceis. É bem verdade. Se foi o PS que esteve presente nos momentos mais decisivos da nossa história recente, quando foi necessário lutar pela frágil democracia nascida em 74, quando outros nos quiseram impor uma nova ditadura, que esteve presente quando foi necessário salvar o País da bancarrota em 77, é agora o PS que diz presente quando é necessário pôr em marcha medidas duras, compreensivelmente impopulares, mas necessárias ao esforço nacional.

À direita temos um PSD mais preocupado em gerir a sua agenda política, procurando, por um lado, fazer as cedências necessárias para que seja o Governo PS a tomar todas as medidas que se impõem perante a conjuntura e, por outro, habilmente gerir simpatias e capitalizar apoios, para, logo a seguir, fazer o seu “assalto ao governo” (com o beneplácito do Presidente da República), beneficiando do trabalho feito.

À Esquerda temos um PCP e um BE deslumbrados com um cenário de agitação social, gerindo aqui e ali interesses corporativos, muitas vezes, sublinhe-se, até conflituantes, sem se preocuparem com o interesse nacional. Esse deslumbramento que lhes tolda a visão, não os deixa perceber que o caminho da destruição Europeia, do Euro, do Modelo Social Europeu, que, com todas as suas imperfeições, é o património social mais importante que temos enquanto civilização, serve tão só aquele neoliberalismo mais radical, do estado mínimo, dos direitos mínimos e do lucro máximo.

Também em Odivelas o PS está empenhado no esforço para o desenvolvimento nacional e local. Na passada quarta-feira, o Executivo Municipal aprovou um plano de contenção financeira, face aos cortes impostos às Autarquias Locais nas transferências do Orçamento de Estado, bem como ao comportamento da receita, que fica naturalmente aquém do que seria esperado.

A Presidente Susana Amador, apresentou um conjunto de medidas de emagrecimento interno, especialmente focadas na racionalização e eficiência dos recursos, aliadas a um reforço das políticas sociais. Serão as nossas crianças e jovens, com mais escolas, jardins-de-infância, livros gratuitos no 1º cliclo, etc., e aos nossos Seniores, com o reforço do apoio domiciliário ou o projecto em preparação de tele-assistência, os principais beneficiários destas medidas.

Em temos de espaço público e zonas verdes, será privilegiada a pequena obra de proximidade, que tanto impacto tem na vivência diária de todos nós enquanto cidadão, em detrimento da grande obra pública.

Mais uma vez, também aqui, a CDU não se mostrou interessada em se associar a este esforço, preferindo refugiar-se em eventuais discordâncias sobre as responsabilidades pela crise internacional instalada, ou discordâncias na aplicação dos cortes às autarquias, mas sem propostas concretas ou viáveis.

Em linguagem futebolística, é como o som da vuvuzela. Como ninguém parece gostar de as ouvir, surgem os espertos que fazem negócio a vender tampões para os ouvidos. Mas o som está lá, quer queiramos ou não…

Susana Guerreiro

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