sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tempos difíceis na Europa


A Europa olha-se no mapa com a habitual vontade de se transcender. A Europa sabe que é imprescindível mesmo quando os outros a olham como prescindível. Mas a Europa sabe que já viveu melhores tempos. Todavia, sempre que a consideram moribunda renasce das cinzas como a Fénix.Desta vez há um conjunto de vinte e sete países que se considera o legitimo herdeiro dos tempos da grande Europa, mas que está a encontrar muita dificuldade em se afirmar. A União Europeia vive em crise. E todo o mundo fala dessa palavra como se fosse sua. No meio da ansiedade global parece que a China, o Brasil e a Índia vão conseguir manter altas taxas de crescimento, com os países europeus mais desenvolvidos cheios de inveja dos tempos gloriosos dos anos sessenta do século passado.Na Europa em geral (refiro-me à União Europeia mais os restantes países que lhe cabem nos contornos do mapa), os tempos são de dúvida e de receios. O desemprego assume-se como um flagelo de complexa resolução. Eu diria: de improvável resolução.Na fase histórica que vivemos p crescimento das diferentes economias (quando acontece) não se faz gerando emprego. Muitas vezes, faz-se a contra-ciclo da própria geração de emprego e não é difícil perceber porquê: é que as actividades que poderiam gerar mais oportunidades de emprego estão, há cerca de duas décadas, a deslocalizarem-se para países que têm economias de mais baixa rentabilidade, mas de custos salariais e condições gerais muito inferiores àquelas a que a Europa esteve habituada e que ainda vai recordando … com saudade.Sabemos que há uma pressão de cariz financeiro a abater-se sobre as economias europeias. Uma pressão que se vai tornando cada mês mais intensa e que quase parece, nalguns países, sufocante. O modelo económico e social europeu está em mutação acelerada e as politicas seguidas apenas conseguem atenuar alguns dos efeitos mais perversos, embora não consigam inverter a tendência.Se a União Europeia é a de que julgam que tudo irá durar para sempre. Mas nunca nada durou para sempre. Mesmo nada.Portugal debate-se com os seus graves problemas. Há três anos tudo parecia estar no bom caminho. Depois aconteceu o que todos os dias se vai falando na televisão. E Portugal não tem conseguido descolar da sua crise. Mas pergunto: e os países mais ricos da Europa têm-no conseguido? A resposta evidente é não.Sabemos que a crise iniciada há cerca de três anos veio para ficar. Para se aprofundar. Mas não sabemos qual é o seu patamar final. A pergunta é sempre a mesma: já batemos no fundo ou ainda há um alçapão mais abaixo?Eu quero acreditar que tudo se irá recompor. Espero que, mais uma vez, a Europa renasça das cinzas. Como a Fénix.
Mário Máximo

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