sábado, 19 de dezembro de 2009

A ilusão de Copenhaga e a importância da dimensão local no Ambiente

Decisões mais importantes ficam para o ano, no México. Acordo "não vinvulativo" foi acordado esta manhã pelo plenário da cimeira

As expectativas sobre o acordo a alcançar em Copenhaga, sobre as alterações Climáticas, eram pequenas. Cedo se percebeu que a vontade dos Estados acordarem metas era muita, mas a determinação era pouca. Refiro, naturalmente, as grandes potências mundiais, pois os pequenos e micro países, nomeadamente do Pacífico, como Kiribati ou Tuvalo, arquipélagos em risco de desaparecer, em resultado da subida do nível do mar, estavam empenhadíssimos num acordo ambicioso e que fosse ao encontro das suas objectivas e naturais pretensões de sobrevivência no planeta.

Tal não aconteceu e Copenhaga passou a ser, não um marco, mas mais um momento, como aquele que dentro de meio ano vai decorrer em Bona, de negociações, antes do encontro na Cidade do México, dentro de um ano, na qual se espera um acordo efectivo.

Mas nem tudo o que se passou em Copenhaga foi mau. A participação de líderes regionais e locais na Cimeira merece destaque, pois qualquer que fosse a sua proveniência, o empenho em obter, quanto antes, níveis de sustentabilidade, é uma prioridade.

Pela sua inevitável fama, Arnold Schwarzenegger, o Governador da Califórnia, teve um especial protagonismo, e as suas palavras fazem muito sentido:

“Climate change is a global problem that demands global solutions, but while national governments have been fighting over emission targets, subnational governments like California have been adopting their own targets, laws and policies,” said Governor Schwarzenegger. “And the truth is, the world’s national governments cannot make the progress that is needed on global climate change alone, they need the help of cities, states, provinces and regions in enacting real climate solutions. California has shown that a subnational government can lead the way to national change and I urge all of the world leaders here in Copenhagen to liberate the power beneath the national level to help us create an environment we can proudly pass down to our children, grandchildren and beyond.”

De facto, os interventores locais e regionais estão mais sensíveis e empenhados em alcançar e concretizar metas ambientalmente desejáveis, que vão ao encontro do bem-estar das pessoas e da sustentatibilidade do território.

Se o globo não progride mais rapidamente para um descalabro ambiental, isso deve-se à intervenção infra-estadual, que assume e concretiza medidas concordantes com as necessidades do planeta.
Carlos Manuel Castro

2 comentários:

  1. Infelizmente não temos tempo para "pequenos passos", "acordos adiados" ou "bons sinais", o planeta esperava mais dos seus líderes e a história não irá perdoar a nossa geração por este falhanço.
    A União Europeia poderia e deveria ter sido o verdadeiro líder deste processo. Ficámos todos à espero de uma "aparição" do Obama que trouxe uma mão cheia de nada...

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  2. A UE bem se esforçou e procurou que os outros parceiros (EUA, China e demais potências emergentes) entendessem que era necessário obter um bom acordo. Mas este é mais um sinal, talvez o mais visível, de que a UE não tem o protagonismo político necessário para influenciar a agenda mundial. Aliás, os vários encontros antes de alcançar o acordo passaram pelos líderes norte-americano, chinês, brasileiro e indiano.
    Quanto a Obama, limitou-se a cumprir o seu papel, de Presidente dos EUA, em directa competição com a China. Obama, ao contrário do que muitos podem pensar no Velho Continente, foi eleito para ser líder em Washington, não em Nova Iorque (ONU).
    Carlos Manuel Castro

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