segunda-feira, 12 de setembro de 2011

XVIII Congresso Nacional do Partido Socialista - Intervenção de Susana Amador

"O PS como maior partido da oposição reune-se nestes dias em Congresso, e todos sabemos que este momento de magno debate é determinante para o partido e constituirá um motor para a afirmação do PS e das suas propostas perante os partidos da coligação e perante os Portugueses…eis um novo ciclo que se abre!

A nossa credibilidade, eficácia e a nossa força dependerão da capacidade que tivermos de mobilização, coesão interna e de modernização do nosso partido. Temos sido um partido charneira, pioneiro e de boas práticas ao nível da formação, paridade e da modernização, por isso temos que aprofundar esse caminho.. neste novo ciclo que queremos plural como o universo.

A política moderna exerce-se numa sociedade aberta e plural, pelo que o modelo partidário que temos actualmente necessita de ser ajustado às evoluções crescentes e contínuas.

Os partidos e os políticos têm de se inovar em soluções de acrescida e constante informação das decisões aos cidadãos. Há que envolvê-los na participação e na elaboração dessas mesmas decisões, contribuindo assim para a transparência das regras e procedimentos decisórios.

O Partido Socialista deve dotar-se, também, de condições e instrumentos de trabalho que lhe permitam ser um partido moderno, aberto e inovador, enfim um partido do século XXI, dotado de instrumentos compatíveis com os seus novos e importantes desafios, como grande partido político que é e que, quer na oposição, quer no Governo, sabe promover uma política de rigor, competência, diálogo e de grande responsabilidade onde os interesses nacionais e a concertação social são elevados a objectivos centrais.

O Partido Socialista deve assumir o princípio da igualdade de oportunidades como factor de desenvolvimento humano, dado que as questões da igualdade entre mulheres e homens são questões nucleares, estratégicas e decisivas a qualquer projecto de desenvolvimento sustentado e de qualidade

Queremos ser um partido de militantes em diálogo e interacção com as organizações não-governamentais e movimentos sociais, estimulando a generosidade dos militantes e simpatizantes para actividades úteis para as pessoas e para o país.

A renovação partidária necessita de debate, de uma estratégia comunicacional eficaz, necessita também da reflexão e da diversidade para se fortalecer e estabelecer estratégias futuras de actuação, em estrita conformidade com a nossa concepção sobre aquilo que queremos para o País, e para o PS.

Os militantes serão elos de uma cadeia de força que queremos participativa no desenho das alterações de organização e funcionamento do nosso partido, serão igualmente indispensáveis na reflexão maturada que queremos efectuar no tocante ás grandes questões que tocam o projecto europeu, o combate á corrupção, nas políticas de inovação social, ambiental e nos nossos pilares vitais, dos quais nunca abdicaremos que são o Serviço Nacional de Saúde e a Educação, a Cultura e o Conhecimento.

Assim, o PS como Partido da responsabilidade, saberá ser uma oposição construtiva e dialogante, porque sempre soube honrar compromissos internacionais mas não estará disponível para apoiar políticas e propostas que acrescentam troika á troika e recessão á recessão como as que estão a ser apresentadas pelo actual Governo.

Nunca abdicaremos do nosso ideário, do nosso ADN e sobretudo da visão que temos para combater as assimetrias e as desigualdades. Não confundimos intervenção social com políticas assistencialistas e caritativas.

Não confundimos equidade fiscal, com assalto fiscal e aumentos de impostos em escalada como o que está o Governo a fazer, e sobretudo não confundimos Educação para cidadania e para o conhecimento com educação e investigação adiada por motivos de contenção cega e acrítica .

Igualmente na saúde não confundimos, prevenção de doenças como o cancro do colo do útero ou a meningite infantil, com uma saúde de direita que despreza a vida humana e a dignidade humana, direito constitucional de tutela reforçada. A saúde dos portugueses e a vida humana para nós socialistas, não é negociável.

Para essas politicas cegas que conduzirão a um retrocesso profundo na qualidade de vida dos Portugueses e a um atraso inimaginável no campo da investigação e ciência, não contarão com o PS, porque fazemos política com a razão, mas também com o coração…

Que este Congresso reforce em todos nós a responsabilidade social, individual e colectiva, e que isso signifique um compromisso com a melhoria da vida das pessoas, num combate diário contra a pobreza, que não pode ser uma inevitabilidade. Os autarcas do PS todos os dias materializam esse ideário, nas suas acções nas suas políticas, por isso precisamos de mais PS no poder local, porque isso significará mais justiça social, mais modernização, mais ambição e mais coração.

Não nos podemos conformar, nem podemos deixar acontecer o que nos diz o verso pungente de Miguel Barbosa:

O nosso céu / era de restos de sucata / e minha mãe quando rezava /só podia pedir / pedidos de lata

Não queremos pois um céu de pedaços de lata, desejamos um céu bordado com as linhas da esperança e da confiança num novo ciclo, num novo futuro., onde Portugal se voltará a reencontrar com o PS e o PS com os Portugueses!

VIVA O PS

VIVA PORTUGAL! "

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