terça-feira, 2 de março de 2010

Um Duro num (COM)boio


Um dia destes andava a fazer “zapping” pelos nossos “sites” de informação local, quando dei de caras com um artigo intitulado “A Política e a Falta de Ética”.
Tratando-se de um título muito virado para a espuma destes dias que correm, resolvi “clicar” para ver. E logo fiquei com a curiosidade aguçada ao verificar que, ainda para mais, o referido artigo tinha sido escrito por um duro num comboio.
Mas, afinal, “a montanha pariu um rato”. É que o dito escrito mais não era afinal do que um rol de lamúrias e “verdades” inquinadas.

Quando esperava encontrar uma reflexão séria sobre o tema em questão, encontrei afinal um artigo que tinha um único objectivo: atacar a despropósito a Presidente da Câmara de Odivelas (e também a Presidente da Comissão Política Concelhia de Odivelas do Partido Socialista), Susana Amador.
Sem dúvida muito ético, um exemplo de ética na política…
Que a Presidente da Câmara foi a responsável no mandato anterior pela degradação das relações institucionais entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Odivelas, perante a absoluta inocência da então presidente da Junta de Freguesia (por mero acaso sua familiar muito próxima e sua sucessora no cargo).
O problema é que quem cá estava viu como é que as coisas efectivamente se passaram. Viu uma Presidente de Junta de Freguesia que praticamente desde o primeiro dia do mandato elegeu a Presidente da Câmara como alvo. Viu uma Presidente de Junta que em diversos e repetidos momentos deu demonstrações de desrespeito pessoal e institucional para com a Presidente da Câmara. Viu uma Presidente da Junta que chegou mesmo, em momentos solenes, a ter comportamentos e atitudes de enorme deselegância institucional com a Presidente da Câmara. Viu até uma Presidente da Junta aproveitar ilegitimamente reuniões públicas de Câmara para ter actos de verdadeira ingerência na actividade de outro órgão autárquico.

Mas tudo isto nem foi provavelmente o pior, do ponto de vista da população da Freguesia de Odivelas. O pior foi mesmo a gestão (?) levada a cabo. E, para o efeito, só se quer dar aqui como (maus) exemplos (porque outros de gravidade existiram como foi então amplamente noticiado) aquilo que aconteceu ao nível da limpeza urbana e das zonas verdes. Nunca, como no anterior mandato autárquico, a Freguesia de Odivelas esteve tão suja e tão mal tratada, factos que, de tão evidentes, provocaram repetidas e crescentes reclamações da população.
E, quanto ao Cemitério, todos se recordam ainda do que aconteceu. Nos últimos tempos de gestão da Junta de Freguesia de Odivelas eram permanentes as notícias de que se encontrava com a sua capacidade esgotada. Logo que a Câmara Municipal assumiu a sua gestão, a normalidade foi retomada e nunca mais se ouviram notícias de interrupção de inumações. Milagre? Não! Apenas uma forma diferente de gestão.

Com tudo isto, resolveu a Câmara Municipal avocar competências que tinha delegado na Junta de Freguesia e reduzir as correspondentes transferências financeiras? Óbvio! Como a Junta de Freguesia não cumpria cabalmente com as suas responsabilidades, teve de ser a Câmara Municipal a arranjar forma de o fazer, e isso teve custos financeiros. Não se podia continuar a transferir dinheiro para quem não cumpria com as suas obrigações e compromissos, e depois ainda ter de pagar novamente para que o mesmo trabalho pudesse ser efectivamente feito. Parece óbvio, não parece? Pelos vistos, parece que não!
Depois, queixa-se o autor do dito artigo da impugnação da candidatura daquele movimento que foi criado única e exclusivamente para tentar impedir a vitória da Dra. Susana Amador e do PS nas últimas Eleições Autárquicas, dado que não pode assim cumprir esse seu tão nobre e ético desígnio. Como se alguém que não os próprios pudesse ser responsabilizado pela incompetência (terá sido pela sofreguidão?) que revelaram no cumprimento dos requisitos obrigatórios e necessários à participação no acto eleitoral.

Contudo, a parte verdadeiramente tocante do referido artigo é a assumpção pelo seu autor das dores de Hernâni Carvalho e Paulo Aido. Tocante, mas, valha a verdade, nada surpreendente, se atendermos à evidente aproximação que o dito movimento anti-Susana Amador e anti-PS, que agora nos querem vender como sendo apenas uma “associação cívica”, lhes tem vindo a fazer.
Mas o que é mais impressionante neste artigo é o facto de ele ter sido escrito por alguém que foi durante muitos anos (seguramente que de forma injusta) associado ao pior do aparelhismo partidário local, e ele próprio (seguramente de forma injusta) acusado daquilo que agora tenta acusar Susana Amador.
Como a vida (ou neste caso o ódio pessoal) pode ser irónica!

José Esteves

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